sábado, 18 de junho de 2011

As Primeiras Bibliotecas

 Biblioteca de Nínive

Escrita cuneiforme 
     É considerada a primeira biblioteca da história e crê-se ter sido fundada pelo rei assírio Assurbanipal II (século VII a. C.). Era composta por uma coleção de mais ou menos 25 mil placas de argila (material usado para escrita na época), com textos em escrita cuneiforme – muitos deles bilíngues, em sumério e acádico – sobre o mundo natural, geografia, matemática, astrologia e medicina; manuais de exorcismo e de augúrios; códigos de leis; relatos de aventuras e textos religiosos.
    Nínive, cujo nome significa bela, fica situada na margem ocidental do rio Tigre e foi a capital da Assíria (atual Iraque). Atualmente, e como consequência da guerra no Iraque, Nínive está na lista dos 100 sítios históricos mundiais mais ameaçados, elaborada pelo movimento World Monuments Watch (Observatório dos Monumentos Mundiais).

Biblioteca de Alexandria




   Alexandria, no Egito, ficou famosa por seu Farol e, sobretudo, por sua Biblioteca, que teve seu apogeu entre 290 A.C e 88 A.C, com estimados 600 mil rolos de pergaminho, equivalentes a 120 mil livros.
  Ela serviu como fonte para o renascimento grego helenístico e, o que restou dela, para o renascimento europeu do século XV.
  Apenas um em cada dez clássicos sobreviveu e durante mil anos nada que chegasse perto de sua importância surgiu na humanidade.
  Em sua série Cosmos, Carl Sagan fala sobre as obras que poderiam ser encontradas e que, no entanto, estão perdidas para sempre.

Ptolomeu VIII
  • 88 A.C – Ptolomeu VIII pôs fogo em grande parte da cidade numa guerra civil e dispersou os estudiosos temporariamente.

Júlio César
  • 47 A.C – Júlio César, depois de escapar de ser assassinado, pôs fogo na frota de Alexandria, que por sua vez acabou queimando áreas da cidade, inclusive edificações que continham 40 mil pergaminhos.

Imperador Aureliano


  • 273 D.C. – O imperador romano Aureliano reconquistou o Egito, queimando a parte de Alexandria onde ficava a biblioteca.
Teófilo
  • 391 D.C. – O arcebispo cristão Teófilo incendiou propositalmente a segunda biblioteca de Alexandria, com 40 mil rolos, porque ela estava instalada num templo pagão de Serápis.
  • 645 D.C. – O conquistador muçulmano, Califa Omar, respondeu a um de seus generais que lhe perguntou o que fazer com os famosos livros de Alexandria.
Disse ele:
Se o conteúdo estiver de acordo com o livro de Alá, podemos passar sem eles, porque o livro de Alá é mais do que suficiente. Se, por outro lado, eles contêm ideias que não estão de acordo com o livro de Alá, não há necessidade de preservá-los. Então, vá em frente e destrua-os.
Há quem diga que os livros foram usados para aquecer os banhos públicos de Alexandria. Seis meses foram necessários para consumir todos os volumes.


Biblioteca de Pérgamo  
  A Biblioteca de Pérgamo foi fundada por Atalo I (241-197 a.C.), rei de da cidade de Pérgamo (no Noroeste da atual Turquia), como resposta ao enorme sucesso da Biblioteca de Alexandria.
  
  A rivalidade entre as duas leva o Egito a cortar-lhe o fornecimento de Papiro.Tal obrigou à procura de alternativas, sendo apreciadas as peles de animais, que até eram mais resistentes e duráveis. Mas estas eram um recurso caro e escasso, o que levou ao desenvolvimento de tecnologia para a sua optimização e reutilização, dando origem a um novo suporte, o pergamena, ou pergaminho.

  Em 30 a. C., Marco Aurélio ofereceu o espólio da biblioteca de Pérgamo a Cleópatra do Egito, contribuindo para enriquecer ainda mais a sua rival.

  Fisicamente, a biblioteca compreendia uma grande sala de leitura, com cerca de 180 m2, muito bem ventilada, com prateleiras em todos os lados e uma estátua de Atena no centro. Calcula-se que uma sala desse tamanho abrigaria, no máximo, cerca de 17.000 rolos. Os textos, escritos em papiro e em pergaminho — a palavra "pergaminho", aliás, deriva de "Pérgamo" — a partir do século II, ficavam enrolados nas prateleiras.

  Império Romano
  
 Surgem as primeiras bibliotecas públicas utilizadas pelo império como dominação intelectual. A primeira biblioteca foi fundada em 30 a.C por Asinius Pollio,no Atrium Libertatis.

 Eram normalmente espaços associados a templos ou banhos públicos.

 Na época de Constantino,no início do século IV d.C,terão existido em Roma 28 dessas bibliotecas,que tinham suas principais coleções originadas de saques, resultantes de campanhas contra os territórios fenícios e gregos.


 No Império Romano também multiplicaram-se as bibliotecas particulares: fenômeno de moda,símbolo de riqueza e prestígio.Assim como surgiram as primeiras livrarias e o ofício de copistas(geralmente escravos).

  A instabilidade política que seguiu ao fim do Império Romano, travou o processo de expansão das das bibliotecas iniciado pelos gregos e continuado pelos romanos; o que escapa à destruição é reunido nos conventos e mosteiros, onde o culto dos livros e sua paciente reprodução prossegue como uma das virtudes monacais – nos “scriptoria”, os manuscritos eram conservados, lidos, copiados, traduzidos e ilustrados.

  A riqueza das bibliotecas dos mosteiros (uma colecção de 200 volumes era considerada uma grande biblioteca) dependia da presença de eruditos que, regra geral, se dedicavam também ao ensino (escolas monacais e conventuais) e da sua capacidade para pedirem emprestados manuscritos originais para copiar.

Biblioteca Vivarium

  Flavio magno Aurélio Cassiodoro, romano de origem síria nasceu na Calábria por volta de 485 e morreu por volta de 580. Em um primeiro momento, foi conselheiro do rei Teodorico. Depois da conquista bizantina da Itália, passou paro o lado dos vencedores e mudou para a Constantinopla. Em 555 voltou para as sua terras, em Vivarium, onde edificou um mosteiro dedicado a Santo Martinho que se tornou centro de estudos com a finalidade de adquirir um conhecimento mais aprofundado da Bíblia, par isso sem limitação, as contribuições da cultura pagã e da escola clássica. Em Vivarium Cassiodoro criou o modelo de uma comunidade monástica, em que os estudos bíblicos apoiavam-se na base de uma harmoniosa colaboração de caráter espiritual e manual, e onde uma dignidade especial era dada aos escribas. Eles enriqueceram como trabalho de suas mãos a preciosa biblioteca, coração do mosteiro, que conhecemos melhor de qualquer outra em época anterior aos Corolíngios, pela institutiones. em Vivarium , Cassiodoro e seus colaboradores além de resgatar para a latinidade medieval obras gregas, através , além da tradução criavam obras latinas cristas.


Mundo Árabe

  O mundo árabe escapou a este período romano de barbárie e foram criadas inúmeras bibliotecas contendo manuscritos gregos, traduções em árabe e livros da ciência árabe, acessíveis tanto a professores como a estudantes.
  A mais importante destas bibliotecas foi a de Dar al-ilm (“casa do conhecimento”), fundada em 1004 pelo califa Al-Hakim, no Cairo. Continha mais de 600 000 livros (entre os quais 6500 de matemática e astronomia), assim como livros de filosofia e um globo terrestre, de cobre, construído por Ptolomeu.

Idade Média
  • Séc. XIII: aparecimento das grandes universidades e, consequentemente, das bibliotecas de colégios e universidades;
  • Os scriptoria e as bibliotecas monásticos deixam de ser os únicos centros da vida intelectual;
  • Até ao séc. XVI, os livros deixam de ser guardados nos armaria e passam a ser acorrentados para permitir a consulta local, evitando o roubo.
Idade Moderna
  • Aparecimento das primeiras bibliotecas senhoriais e reais (séc. XIV/XVI);
  • As bibliotecas novamente como símbolo de riqueza, poder e prestígio;
  • As bibliotecas reais, inicialmente com caráter privado, ficam primeiro acessíveis aos sábios e só a partir do séc. XVII se tornam “públicas”.
  • Entre os séculos XIV e XV desenvolvem-se ideias sobre a necessidade de as bibliotecas serem locais de estudo e reflexão e terem, para além de livros, um ambiente propício ao desenvolvimento de atividades intelectuais.
Séc. XXI

 A aceleração da mudança social, aliada à progressiva expansão e fragmentação do conhecimento levam a uma outra fase de evolução, em que a preocupação com o “tipo” de biblioteca tende a desaparecer face à configuração dos serviços bibliotecários como uma totalidade.
  Um sistema independente de origem institucional e um padrão de serviços que torne acessível todo o potencial dos serviços de bibliotecas aos utilizadores potenciais.
  •  a divisão das bibliotecas em vários tipos (universitárias, públicas...) é fruto de condições sociais específicas;
  •  palavras de ordem a partir de meados do século XX:
  •  flexibilidade,
  •  adaptabilidade,
  •  interdependência,
  •  cooperação... E REDES.

http://www.slideshare.net/ladonordeste/histria-das-bibliotecas
http://www.fafich.ufmg.br/~memorandum/artigos07/artigo04.pdf
http://lerparacrer.wordpress.com/2008/09/05/bibliotecas-famosas-biblioteca-de-ninive/
http://livroseafins.com/quem-incendiou-a-biblioteca-de-alexandria/






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